Domingão com pó, sujeira e uma chegada em Lima de tirar a paciência

22 01 2010

O domingão, dia 17 de janeiro, iniciou com o barulho de barcos pesqueiros partindo do lugar onde estávamos acampados, na Reserva Ecológica de Paracas. O lugar é reduto de pescadores que seguem para alto em mar em busca de peixes. Num rápido passeio pelo lugar foi possível ver inúmeros pássaros, de pelicanos a gaivotas em revoadas que se assemelhavam a cenas do filme “os Pássaros”, de Alfred Hichtcok.

Dizem que a reserva, além de abrigar aves, também é reduto de proteção de leões marinhos, e assim espero que seja, embora na caminhada pela praia tenha visto só leões marinhos mortos.

Os expedicionários tomaram um café rápido e desmontaram suas barracas, pois como havíamos acampado dentro de um dos restaurantes, precisávamos desocupar o espaço para que eles arrumassem as coisas e limpassem o lugar esperando os turistas que viriam para o almoço do domingo.

A idéia era seguir ainda pela manhã para a cidade de Lima que ficava a uns 250 quilômetros mais ao norte de onde estávamos. Mas optamos por passar a manhã na reserva, conhecendo-a melhor, já que havíamos chegado na noite do dia anterior sem chance de ver suas belezas. O lugar é bonito, mas claro que deserto com muita areia, solo seco e água mesmo, só a do mar. E aproveitando-se das enormes dunas de areia e pedra do lugar (são dunas bastante duras) algumas empresas exploram o turismo com passeios, levando turistas a conhecer suas belezas. O preço meio salgado de 70 dólares por pessoa ,é feito num buggy enorme especialmente construída para este tipo de passeio. Há também buggys menores pra duas pessoas mas o preço não varia muito, sem contar que o mais sensato é contratar o serviço no buggy grande que tem motorista e um guia que sabe o caminho.

Almoçamos um peixe saboroso no restaurante onde dormimos, uma espécie de gentileza nossa, consumir no bar, já que fomos muito bem recebidos pelo dono do lugar que nos acolheu e que abriu seu espaço sem cobrar nada. Além disso, todos os trabalhadores do lugar foram simpáticos e gentis, mostrando que o povo peruano gosta dos turistas, embora na maioria dos lugares nem sempre fomos bem recebidos.

Depois do almoço, mas antes de seguir rumo a Lima, conseguimos uma cortesia, já que um dos exploradores de buggy da região passeava com a família e não se importou em mostrar os diversos pontos de visitação das dunas, sem nos cobrar nada, até porque todos queriam ir em seus próprios carros. Quem tem carro 4×4 não perde uma chance de andar em terrenos arenosos como àquele. O passeio pelas dunas deixa Jericoacoara, no Ceará ou as dunas das praias de Natal, no chinelo.

Com tanta areia e pó levantando, não é preciso dizer qual o estado em que se encontravam os expedicionários depois do passeio pela areia e que rendeu fotos maravilhosas dos penhascos, das aves, dos leões marinhos vivos ( mesmo que a distância) e ainda uma das atrações especiais do local as linhas do candelabro, parte das linhas desenhadas no deserto. Vimos às tais linhas bem de perto.

Mais sujos do que antes, com dois dias de banho em atraso e uma cama extra de pó e areia dos pés à cabeça ( quase à milanesa) pegamos a Panamericana Sur rumo a Lima. E dá-le pedágio. Pagamos vários com preços variados, de 7,50 e 5 soles.

Talvez ninguém tivesse idéia do que nos esperava, até chegar a parte duplicada da rodovia e já a uns 100 quilômetros  de Lima. Pois bem, final de tarde de um domingão, e……um movimento monstro na rodovia. Quase como a volta dos paulistanos do litoral ao final de um feriado. Paciência de Jó.

Depois de inúmeras voltas até achar as ruas que deveríamos pegar, chegamos a Miraflores, que é um dos bairros mais chiques de Lima ( eles, os limenhos, consideram Miraflores uma municipalidade com prefeito e tudo), mas pra ficar mais fácil de entender é melhor explicar que é um bairro.

Levamos algum tempo para achar um hotel, era domingo e a maioria não tinha acomodações disponíveis, então estacionamos os carros e fomos dar voltar até achar hotel. Encontramos um bem próximo a praça de Miraflores, que é o ponto de encontro para tudo. Em Lima, os preços são bem mais salgados, mas encontramos o Tinkus, um hotel pequeno com diárias entre 30 e 40 dólares.

Finalmente poderíamos tomar banho e dormir numa boa cama. O banho foi de escovão.

Fotos no : http://picasaweb.google.com/expedicaointeroceanica/170110Paracas?feat=directlink


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3 responses

23 01 2010
janaina ganassin

Todos vcs tem o verdadeiro espírito aventureiro!

Acompanho diariamente o blog e torço para que tudo dê certo para todos!

Janaina Ganassin

23 01 2010
horacio amaral

Quero parabeniza-los pelo viagem. Mas p/ não ficar com cara de turismo, gostaria de informações mais práticas, com quilometragens e onde já está asfaltado, p/ que possamos seguir com motocicletas. Abraços à todos
horacio amaral

24 01 2010
janaina ganassin

Patrick,dê notícias,sinais de fumaça,algo parecido!

Voltem com Deus!

Jana Ganassin

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